Macaíba's Review: Survival of the Dead

Sexto "'Digite um nome:_________' of the Dead" de Romero traz cenas e diálogos forçados e clichês, e é claro... zumbis!


'Survival of the Dead', último filme do mestre Romero, estreou semana passada para download na X-Box Live e na PSN.
Eu, como possuo conta em ambos (mentira!), baixei legalmente (mentira again!) a película no último fim de semana e assisti.

Antes de mais nada, sinopse:

Os habitantes de Plum Island são divididos em duas grandes famílias: os O'Flunns, que acreditam que os zumbis devem morrer sem excessão; e os Muldoons, que querem manter 'vivos' (rá!) os zumbis, esperando que eles consigam se reabilitar de alguma forma.

O velhote Patrick O'Flunn é expulso da ilha, por acreditar que zumbi tem que tomar bala mesmo... e na cidade em que ele chega, acaba atraindo um grupo de militares para perto de si, prometendo a eles um paraíso (a tal da ilha da fantasia).
Chegando lá de volta, eles tem peito para encarar o Seamus Muldoon, o outro velhote que expulsou Patrick O'flunn da ilha.

E o que vemos? Os Muldoons estão 'domesticando' os zumbis, acorrentando-os de tal maneira que eles (os desmortos!) fazem a mesma atividade em um loop infinito, como um carteiro amarrado à caixa de correio, colocando e tirando a mesma carta várias vezes, o lenhador cortando a mesma lenha, et cetera.

Bão, quando assisto a um filme de zumbis, geralmente penso:

Ou veremos uma história boa, com ótimas críticas sociais (como o próprio 'Noite dos Mortos Vivos'), ou ao menos uma história que se desenvolve bem;
ou ainda, pode ter uma história bem bunda, mas ele não se levará a sério, será divertido, com mortes engraçadas e situações idiotas (qualquer filme trash auehuea).

'Shawn of the Dead' é um filme que conseguiu reunir muito bem uma história que se desenvolve legal, com mortes bacanas, comédia parodiando os próprios clichês de filmes de zumbi, e de quebra, uma dose de crítica social também. Ficou ótimo e bem trabalhado!

Mas quando o próprio mestre Romero tenta se meter a fazer isso... incrivelmente, sai bosta!



Há muitas ceninhas clichês, é usado à exaustão aquele clássico zumbi que aparece do nada, sem fazer barulho e sem ninguem perceber, ao LADO da pessoa em que a câmera está focando.
Aí alguma pessoa aponta a arma pra esta pessoa, que se assusta pensando 'WTF? vai atirar em mim?', a pessoa atira e acerta o zumbi paradão, dizendo 'tome cuidado' ou algo do tipo.

O filme não se decide se ele quer ser levado a sério, ou não.
Não dá para entender se Romero faz graça ali de propósito ou não.
Ele muda constantemente o 'tom' do filme, hora ele é mais sério, hora ele é pastelão e bobo, muuuito diferente do humor negro que ele colocava em seus outros filmes.



Parece que ele quis seguir um pouquinho da linha engraçadinha do citado 'Shawn of the Dead', e de Zumbilândia, Dead Snow... mas mistura de uma maneira bizarra com o estilo mais cabeça de outros filmes.

Dentre as idiotices, destaco o cara que pesca um zumbi com uma vara de pescar normal mesmo, e a menina zumbi, filha do Patrick, que pilota um cavalo!
SIIM! Uma zumbi PILOTANDO UM CAVALO!

Os personagens não são nem um pouco carismáticos. Nenhum deles. Nem os zumbis.



Eu até acho que a ideia de 'domesticar' zumbis é válida, pois o que eles queriam era tentar mudar os hábitos alimentares deles (auheuhea), educá-los a não comer carne humana, mas sim carne animal.
Mas é uma ideia MUITO mal executada.
Tudo bem, fazer zumbi comer bacon é uma coisa... mas fazer ele andar a cavalo?
C'mon, don't bullshit me!

Romero já foi melhor, mas parece estar ficando gagá igual o Frank Miller...

Nota: 4,5.