"Ele se julgava o Demolidor,
ele se julgava o Demolidor,
ele se julgava o Demolidooooooor"♪♫
Em meio a reboots, modernização e bad-assação de personagens, e de mega-sagas que mudam tudo pra sempre durante uma semana, tanto na Marvel quanto na DC, é difícil achar algo realmente bom para ler em séries mensais de super-heróis.
Principalmente em meio aos mixes da Panini.
Porém, em uma acertada escolha, a Panini traz para nós um encadernado com o início da fase do escritor Mark Waid (Reino do Amanhã, JLA: Year One) no Demolidor.
Esta fase, elogiadíssima lá fora, recebeu dois prêmios Eisner (Melhor Série e Melhor Escritor).
Vamos à sinopse:
Após os acontecimentos de Demolidor: Renascido, Matt Murdock retorna a Nova York e tem que lidar com as consequências da Terra das Sombras e com o fato de que a justiça sabe quem ele é e o que fez. E não são apenas seus inimigos que estão à sua procura...
Não li muito do Demolidor, apenas um pouco da fase do Frank Miller, que saiu na coleção 'Maiores Clássicos do Demolidor', pela Panini, e os clássicos 'A Queda de Murdock' e 'O Homem Sem Medo'.
Também colecionei a fase do Bendis - que gosto muito.
Então, pelo que li, e pelo que conheço dessas obras consideradas 'clássicas' do Demolidor, parece que o padrão das histórias é desgraçar cada vez mais com a vida não só do Demolidor, mas também a vida pessoal de Matt Murdock.
Não que não seja legal, gosto muito de todas as obras que li e citei. Inclusive sou muito fã daquela arte 'escura' e 'suja' do Alex Maleev, na fase do Bendis, refletia bem a fase do personagem.
Porém, Mark Waid (escritor) e Paolo Rivera (arte) foram pelo caminho oposto.
Matt nega que é o Demolidor, não é mais aquele louco que declarou guerra ao submundo e expulsou a máfia para bairros/cidades vizinhos. Ele está, até certo ponto, bem parecido com o Homem Aranha: se arrisca ser piadista pimpão, se mete em problemas quase que com o mesmo nível de cabacice e despreparo do Teioso, e... beija a noiva de um mafioso em plena cerimônia de casamento:
Por mais que o Demolidor seja um herói urbano - e estes sendo geralmente mais 'humanizados' por padrão -, Mark Waid deu mais uma humanizada nele, tornando-o por vezes cheio de questionamentos, indecisões, fraquezas, (porém sem necessariamente cagar com a vida dele) e, por vezes, passando por cima disso - só para ter mais uma dificuldade surgindo a sua frente.
A história é mais leve do que as que já citei, porém igualmente empolgante, e não é só pelo roteiro, mas também pela arte, que tem características opostas à do já citado Maleev: mais 'clara' e 'limpa'.
É um gibi que diverte, em um formato bacana e um preço justo.
Nota 8,0
Demolidor 01 (reúne as edições 1 a 6 da série original)
Roteiro: Mark Waid
Arte: Paolo Rivera e Marcos Martin
Panini Comics
148 páginas, capa cartão, papel LWC
R$ 18,90